quarta-feira, 2 de junho de 2010

Falando sobre Seleção

Estamos às vésperas da Copa do Mundo, o evento esportivo mais celebrado do mundo, momento no qual o Brasil para e o sentimento de nacionalismo fica mais aflorado. No entanto, tenho percebido que não venho me sentido tão empolgado, animado ou entusiasmado, como em outras copas, a identificação com a seleção brasileira tem sido a coisa mais difícil pra mim.

No inicio, imaginei que esta dificuldade existia em virtude da filosofia de jogo da seleção brasileira, que pouco honra suas tradições, apresentando um futebol que apesar de eficiente, é retranqueiro e limitado, no que tange a criatividade.

Contudo, ao abrir o jornal desta quarta-feira percebi o que impede a minha identificação com a seleção brasileira: a personalidade. Muito tem se falado que o técnico da seleção é um homem de personalidade forte. Porém, não se pode falar o mesmo de seus comandados.

O próprio capitão da seleção, é alguém que mal sabemos o tom da voz, cada vez que o Lucio abre a boca pra falar, eu levo um susto, porque aquela cara de mal não combina nada com o seu tom de voz. Juan, Maicon, Elano e Kaka, são outros nomes de “grande importância” no time de Dunga, mas que passam longe de serem homens de personalidade forte.

Não que esse seja o maior dos defeitos que uma equipe pode ter, alias, nem posso afirmar com tanta firmeza que isso é um defeito. Mas o fato é que ver a seleção brasileira fazer mais um amistoso cassa níquel, em um lugar como o Zimbábue, onde se sabe que o jogo só servirá pra promover a popularidade de um ditador que esta no poder a 30 anos, e que os níqueis (U$:1.800.000,00 cerca de R$: 3.200.000,00) serão pagos com dinheiro de um povo que não tem 2 dólares para pagar uma refeição, que ostenta 88% de desemprego e uma expectativa de vida de 42 anos de idade.

Um jogador de futebol que se presta a esse favor, não merece jogar na seleção brasileira, não merece minha torcida, não merece nada. Sinto saudades de um tempo em que a seleção entrava em campo de mãos dadas como a do tetra, de uma seleção em que jogador pedia dispensa em lealdade a outro que foi cortado como a de Leandro em 86, de uma seleção que fazia “amistosos da paz” como a dos mascarados Ronaldo e Roberto Carlos no Haiti.

O fato é que hoje não só o futebol brasileiro não esta representado, nos campos da áfrica do sul, como também o caráter e a personalidade do brasileiro não estarão ali representados.

O meu pesar é que os miseráveis do Zimbábue que trocaram 5 refeições pra ver tudo isso, terão uma idéia errada de quem são os “SAMBA BOYS”.